sábado, 22 de agosto de 2009

A descoberta

Ao longo do tempo o corpo sofre as mais diversas mudanças. Ela nunca encarou de ânimo leve todas essas mudanças. De um corpo de menina a passar para um corpo de mulher, que durante a adolescência é visto como um objecto sexual. Ela nunca encarou esta realidade. Não queria vestir todas as roupas que as colegas da sua idade vestiam...aquelas roupas justas e insinuantes apenas para que o corpo fosse visto ainda mais como um objecto sexual. A partir de certa altura, Ela era vista como diferente. Solitária e de roupas alternativas e de padrões estranhos como se se quisesse camuflar naquela sociedade em que não se inseria. Ela gostava de química. As aulas de química em laboratório eram as suas favoritas. Gostava de misturar os ingredientes como se de culinária se tratasse, como se todas a reacções que ela provoca tivessem um resultado palpável. Numa dessas aulas pegou num bisturi e, de forma despropositada, fez um corte na mão. Um corte com cerca de 4 cm de comprimento na palma da mão, superficial, mas que dele brotavam gotas de sangue. Ela não sentiu dor. Sentiu apenas aquele liquido vermelho deslizar para o pulso. Alguém ao seu lado gritou. Ela descobriu que não doía. Ela descobriu que a dor física não supera a dor emocional, mas pode ajudar aliviá-la. A professora de química encaminhou-a á enfermaria da escola para que lhe fosse feito um penso compressivo. Ela ficou dispensada da aula. Ficou fechada nos seus pensamentos e na sua apatia.

2 comentários:

Underworld disse...

GOD -_-''
o crescimento nao é facil, principalmente quando a criança tem de compreender as coisas sozinhas.
Mas ela no "excerto"ja ta no estado psico --', eu sei hoje em dia isso é tao vulgar, parece tao facil substituir a dor psicologica pela dor fisica.
MAs sabes qual é a diferença de nós e da miudinha?
È que nós sabemos que a dor psicologica pode ser grotesca, e a dor fisica pode possibilitar um alivio, MAS, nao vai mudar o facto de doer.
Ha sempre maneiras de lutar e combater a dor.
A dor é o que possibilita a vida, porque, se nos esconder-mos da dor acabamos por nao viver, e nesse instante, estamos doloridos, e sem vida.***

tem a palavra o povo disse...

IZA.
Apenas o vestido negro sobre o teu corpo de onde saem aromas, de onde se desprende, descuidadamente a tua sensualidade. Por mais que a escondas, ela insinua-se na aragem e voga no teu olhar de fêmea sobre o mundo. Nem só de sexualidade se bastam os corpos, melhor dizendo, o sexo não é toda a sexualidade dos seres.
Olho, por isso, a imagem que me surge de ti sob um vestido negro, orlado por uma fita branca em volta do pescoço e nas mangas curtas, de onde sobressaem os teus braços que se movem como penas levantadas pela brisa.
E tambem os teus cabelos loiros embutidos num retábulo de relevada talha angelical. Ainda os teus olhos, grandes, belos de luz, e os lábios. E tudo isto na magia das palavras, doces orgasmos de amores puros.
Beijos
neoabjeccionismo

nota:porque tudo o que te escrevo é importante para mim e volta e meia apagas, vou comentar com o blog que tenho aqui no google, se não te importas. Beijo